Ao cair do entardecer o fogo é acesso. Lampejos de luzes resplandecentes que brilham no céu, irradiam os últimos raios solares do dia que se finda.
Seres feéricos se aproximam da hora mágica, num leve rodopiar sob um fino véu diáfano no ar.
Ventos gélidos da estação que nos enrijecem os ossos, anunciam o frio da alma que está por vir.
Começa a celebração aos ancestrais. A ancestralidade presente em nós através das três famílias: Deuses, antepassados e espíritos da natureza. Os portais são abertos e os mundos outra vez se encontram.
Chegou o momento tão esperado... Os poderes do Outro Mundo agora nos são ofertados com a chegada da erva sagrada, um líquido viscoso que desce suave, tal como o vinho com um toque amargo no fim, atenuado juntamente com uma pequena uva, que acaricia o paladar.
Ao som envolvente de músicas que nos remetem à celticidade de nossas almas, uma orquestra de cores brilhantes sob as pupilas dilatadas, no recinto iluminado pelas chamas das velas.
Aromas que se misturam ao incenso e dançam no ar, num vai e vem de seres diáfanos.
A voz se apresenta firme e cada participante ouve, nitidamente, seu anunciar breve, profundo e sincero. Sem rodeios, ela comanda por onde cada um deverá caminhar.
A limpeza também se processa naqueles que precisam, imediatamente, expurgar seus medos e suas angústias.
Nada fica escondido.
O frio chega cortante e a alma gela, estremece, encolhe e retorna ao útero materno. Mas o amor aquece e liberta!
Finalmente, as amarras são desfeitas e a alegria inunda as mansões da lua escura no céu.
Os pés teimam em dançar a música do coração, o chamado que toca forte num pulsar de vibrações multicoloridas. A luz se expande e a voz anuncia que o velho ciclo findou. E ainda há mais, há o transe ascendente que nos leva aos outros reinos...
A segunda dose chega de surpresa, bem menos, mas muito mais rápida. A voz sagrada do Mestre nos conduz, ainda mais, ao Outro Mundo, não há mais o que pensar, não há como voltar... O vôo começa tão alto como nunca antes imaginado, tão mágico como sempre foi.
A sensação familiar de outros tempos, agora está em plenitude com o Todo, não há mais o que temer. A limpeza se processa no meu ser e o formigamento me faz perceber que estou livre, novamente. Posso flutuar suavemente e fluir em harmonia por entre os mundos.
E, assim como iniciamos, encerramos mais um rito em profunda gratidão...
Bênçãos de Samhain... Awen!
Rowena Arnehoy Seneween ®
Todos os direitos reservados
Seres feéricos se aproximam da hora mágica, num leve rodopiar sob um fino véu diáfano no ar.
Ventos gélidos da estação que nos enrijecem os ossos, anunciam o frio da alma que está por vir.
Começa a celebração aos ancestrais. A ancestralidade presente em nós através das três famílias: Deuses, antepassados e espíritos da natureza. Os portais são abertos e os mundos outra vez se encontram.
Chegou o momento tão esperado... Os poderes do Outro Mundo agora nos são ofertados com a chegada da erva sagrada, um líquido viscoso que desce suave, tal como o vinho com um toque amargo no fim, atenuado juntamente com uma pequena uva, que acaricia o paladar.
Ao som envolvente de músicas que nos remetem à celticidade de nossas almas, uma orquestra de cores brilhantes sob as pupilas dilatadas, no recinto iluminado pelas chamas das velas.
Aromas que se misturam ao incenso e dançam no ar, num vai e vem de seres diáfanos.
A voz se apresenta firme e cada participante ouve, nitidamente, seu anunciar breve, profundo e sincero. Sem rodeios, ela comanda por onde cada um deverá caminhar.
A limpeza também se processa naqueles que precisam, imediatamente, expurgar seus medos e suas angústias.
Nada fica escondido.
O frio chega cortante e a alma gela, estremece, encolhe e retorna ao útero materno. Mas o amor aquece e liberta!
Finalmente, as amarras são desfeitas e a alegria inunda as mansões da lua escura no céu.
Os pés teimam em dançar a música do coração, o chamado que toca forte num pulsar de vibrações multicoloridas. A luz se expande e a voz anuncia que o velho ciclo findou. E ainda há mais, há o transe ascendente que nos leva aos outros reinos...
A segunda dose chega de surpresa, bem menos, mas muito mais rápida. A voz sagrada do Mestre nos conduz, ainda mais, ao Outro Mundo, não há mais o que pensar, não há como voltar... O vôo começa tão alto como nunca antes imaginado, tão mágico como sempre foi.
A sensação familiar de outros tempos, agora está em plenitude com o Todo, não há mais o que temer. A limpeza se processa no meu ser e o formigamento me faz perceber que estou livre, novamente. Posso flutuar suavemente e fluir em harmonia por entre os mundos.
E, assim como iniciamos, encerramos mais um rito em profunda gratidão...
(Céu estrelado de Van Gogh) |
Rowena Arnehoy Seneween ®
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